quinta-feira, 23 de julho de 2009

Ainda prefiro a escola

Em todos os cantos do país vemos todos os dias crianças indo para as escolas a pé, de carro, ônibus e van escolar. Umas contentes, outras até chorando para não ir. Vemos nos recreios crianças brincando de pique-esconde, correndo felizes e saltitantes e achamos aquilo bonito, lembramos de nossa infância e muitas vezes não pensamos nos pequenos que nem uma simples folha de papel e caneta têm para rabiscar. Crianças que se não estão se drogando estão vendendo bala no farol, cortando cana e/ou nos minérios de carvão, fazendo trabalhos pesados, para dormir muitas vezes no chão e não sabendo nem o sentido da palavra "brincar".
E isso me deixa triste. Eu que desde os três anos de idade me encontro em instituições que meus pais têm condições de pagar, num sistema de aprendizagem excelente enquanto que crianças de nove anos têm que cortar toneladas de cana-de-açúcar por dia para ter um prato de feijão com farinha na mesa em casa para comer, isto é, aqueles que têm casa. E eu fico pensando: "e ainda tem gente com condições de vida melhores que muitos por aí e ficam reclamando, sem dar valor nenhum ao que tem".
Quando falamos do tal trabalho infantil, não podemos esquecer do trabalho doméstico, onde cerca de 90 a 95% são jovens meninas e adolescentes que vêm para a capital a procura de vida melhor a acabam sendo vítimas de exploração, descriminação e abuso sexual. Sorte a nossa (mulheres) que há muitos grupos de apoio às jovens.
Muitas pessoas já disseram isso e eu concordo e repito: estar na escola não significa aprendizagem, ela só acontece quando há uma troca de experiências entre professores e alunos. A criança deve se esforçar, pois, a escola faz parte de seu desenvolvimento social, pessoal e profissional. Agora me diga, como uma criança que não tem condições de ter uma vida escolar vai ter uma chance de emprego bom no patamar de educação alto se ninguém (autoridades) faz nada para erradicar essa situação?
Diante de tanta barbaridade acho que as únicas coisas a serem feitas são que não só os pais, mas o país inteiro devem se mobilizar e fazer com que os superiores tomem decisões afins de melhorar os programas que ajudam as famílias de baixa renda, como por exemplo o "Bolsa Família", criar mais escolas e creches públicas com uma rede de ensino boa é claro, tirar pessoas das ruas e colocá-los em abrigos de alta qualidade, aumentar vagas de emprego para os pais de família e fazer do Brasil um país melhor.
E é por isso que ao invés de trabalho, eu prefiro a escola.

0 comentários:

Postar um comentário